A maioria das pessoas nunca ouviu falar sobre radioterapia, a menos que esteja com câncer, tenha tido um ou que conheça alguém com câncer.
Essa falta de conhecimento é responsável por todos os medos enfrentados em uma primeira consulta com o médico radio-oncologista.
As perguntas mais frequentes são: Vai doer? É verdade que queima? Cai cabelo? Eu vou passar muito mal?
Antes de responder a todas essas perguntas, eu explico aos pacientes que é primordial entender a evolução da radioterapia.
Antigamente, não havia tanta tecnologia e realmente os efeitos colaterais eram mais importantes.
No entanto, ao longo das últimas décadas, surgiram técnicas cada vez mais avançadas que permitem um tratamento mais preciso e maior proteção dos órgãos normais. A medicina como um todo evoluiu muito, para melhor.
Isso significa que a radioterapia hoje é muito bem tolerada pela grande maioria dos pacientes. Se você se sentar na recepção de um serviço de radioterapia, perceberá que não é raro os pacientes comentarem: eu não estou sentindo nada!
É preciso lembrar que um paciente é diferente do outro. Assim como os tumores também são diferentes entre si. Sendo assim, cada paciente pode reagir de forma diferente, o que nos impede de dizer que não existem riscos. Os riscos sempre existem, mas eles tem sido cada vez mais controlados.
Além disso, é essencial entender que o tratamento é multidisciplinar e envolve toda uma equipe. Existe a máquina que emite a radiação, mas existem também os profissionais que a operam. Os técnicos em radioterapia, o enfermeiro que orienta os cuidados, a nutricionista e até mesmo dentista quando necessário – todos trabalham juntos e dão o suporte necessário aos nossos pacientes. O próprio paciente faz parte desta equipe, visto que precisa seguir as orientações que lhe são dadas.
Oferecer a melhor tecnologia é primordial. Mas sabemos que isso é parte do conjunto. A confiança, o acolhimento e o apoio ao longo de um tratamento oncológico são essenciais para um bom resultado. O tratamento é longo. A radioterapia é uma das fases finais, e a maioria dos pacientes encontra-se muito cansada. Os Aceleradores Lineares (que são as máquinas que emitem radiação) tem que ser da melhor qualidade, mas na Oncominas sempre nos lembraremos de que tratamos seres humanos. E seres humanos merecem muito mais do que somente a radiação.
As máquinas minimizarão os efeitos colaterais. No entanto, se eles vierem a acontecer, é a equipe por trás dela que será capaz de oferecer o suporte necessário para que o paciente consiga superar as dificuldades.
Por Dra. Priscilla Furtado Souza Pasquinelli – CRM/MG nº 57.550
Médica Radioterapeuta da Oncominas